quarta-feira, 6 de março de 2013


Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. 
Mateus 11:28-30

Imagine que você entre amigos caminhando à praia e, durante a descida da serra, surge forte neblina que dificulta imensamente a visibilidade.
Neste momento, você, que não consegue ver mais nada ao seu redor, sente apenas que está fluindo pelo percurso da estrada, seu senso de localização fica comprometido e você pensa em parar, mas não vê um ponto seguro e também não consegue ver quem o segue atrás.
Daí seu nível de estresse aumenta, seus amigos aparecem e desaparecem no meio da neblina.... e você se sente só...
Falta-lhe um foco...um guia seguro à sua frente, para prosseguir com segurança....
Em muitos momentos da minha vida, foi assim que me senti.
Talvez você também se identifique em seu passado, ou atualmente, com essa situação de dificuldade para prosseguir... como se houvesse grande peso sob seus ombros.
A desorientação, a insegurança, não ter certeza para onde efetivamente sua vida vai caminhando, a insegurança vinda das pessoas à sua volta, muitos desses elementos rondam ou já rondaram sua vida pessoal, e eles repercutem em nossa vida emocional por meio do estresse, do cansaço e da opressão.
Talvez o melhor remédio seja buscar o jugo leve de Jesus – composto por seus ensinamentos básicos – a fim de caminhar com mais segurança e leveza.
No caso da descida à praia, descrito no início deste texto, a insegurança é extirpada e a leveza do passeio devolvida aos motoristas por meio de uma técnica simples: o agrupamento de carros antes dos pedágios, para que andem em comboio e em velocidade reduzida, para que um veja o outro e assim o medo e o desconforto da viagem acabe.
No caso das nossas vidas, os ensinos básicos de Jesus representam nossa técnica de atravessar os emaranhados de idéias e situações que surgem no dia-a-dia, sem prejudicar o equilíbrio e os resultados de nossa encarnação.
E tais ensinos sustentam a necessidade de viver o dia de hoje com intensidade, sem perder de vista o real sentido da existência na Terra. Viver com equilíbrio e apresentando resultados evolutivos, tanto na esfera material como na esfera moral.
Para tanto, é preciso programar os dias futuros e dividir as principais tarefas de construção pessoal e espiritual em pequenas tarefas menores, com execução diária ou semanal, vez que nada se constrói de um dia para outro, tampouco sem o concurso do esforço pessoal constante.
Lembre-se, meu caro amigo e amiga, sempre nos chegou aos ouvidos a história da “programação da encarnação”, que é feita antes de iniciarmos nossa jornada na vida material.
Para quem quer saber mais, leia o Livro dos Espíritos. Vejamos o que ele nos diz sobre isso:

Objetivo da encarnação
132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.
Para uns, é sofrimento; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que experimentar todas as dificuldades da existência corporal: nisso é que está o sofrimento. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento (um corpo), a fim de aí cumprir as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”

.....
Prelúdio da volta
330. Sabem os Espíritos em que época reencarnarão?
“Pressentem-na, como sucede ao cego que se aproxima do fogo. Sabem que têm de retomar um corpo, como sabeis que tendes de morrer um dia, mas ignoram quando isso se dará.”

....

335. Cabe ao Espírito a escolha do corpo em que encarne, ou somente a do gênero de vida que lhe sirva de prova?
“Pode também escolher o corpo, porquanto as imperfeições que este apresente ainda serão, para o Espírito, provas que lhe auxiliarão o progresso, se vencer os obstáculos que lhe oponha. Nem sempre, porém, lhe é permitida a escolha do seu invólucro corpóreo; mas, simplesmente, a faculdade de pedir que seja tal ou qual.”

340. É solene para o Espírito o instante da sua encarnação? Pratica ele esse ato
considerando-o grande e importante?
“Procede como o viajante que embarca para uma travessia perigosa e que não sabe se encontrará ou não a morte nas ondas que se decide a afrontar.”
O viajante que embarca sabe a que perigo se lança, mas não sabe se naufragará. O mesmo se dá com o Espírito: conhece o gênero das provas a que se submete, mas não sabe se sucumbirá.
Assim como, para o Espírito, a morte do corpo é uma espécie de renascimento, a reencarnação é uma espécie de morte, ou antes, de exílio, de clausura. Ele deixa o mundo dos Espíritos pelo mundo corporal, como o homem deixa este mundo por aquele. Sabe que reencarnará, como o homem sabe que morrerá. Mas, como este com relação à morte, o Espírito só no instante supremo, quando chegou o momento predestinado, tem consciência de que vai reencarnar.

......

Porém , ainda que tenhamos escolhido o gênero de provas e até o corpo material, por meio de atenta programação no plano espiritual, ao chegarmos aqui, simplesmente desconsideramos todas as conversas sobre o tema organização e programação de vida com a seguinte frase: ihhhh lá.... vem esse cara falando de programação ! Deixa a vida me levar!!! Vida leva eu!!!
A reencarnação é um momento muito especial para nossa evolução.
Não desperdiçe seu tempo com urgências e coisa menores, tornando-se sobrecarregado, cansado e oprimido, e deixando o essencial: sua evolução e seu equilíbrio de lado.

Tenha uma programação de vida. Escolha seus objetivos.

Então, mãos à obra!

O primeiro passo é colocar as idéias no papel.
Isso permite eliminar o nevoeiro de pensamentos que surge na cabeça. Veja: nenhuma idéia se materializa se apenas ficar na cabeça... é preciso, em primeiro lugar, tirá-la da cabeça e o primeiro passo é colocar no papel.

Então, pegue papel e escreva, sem censura, tudo o que lhe vier à cabeça.Não pare até ter a mente esvaziada.

Depois, Faça duas colunas  numa folha de papel. Uma coluna reunirá as idéias de vida material e na outra, as idéias de vida espiritual.
Selecione as ideias que você colocou no papel em idéias de equilíbrio e idéias de vida material (relacionadas com o TER, exemplo, falar idioma, completar um curso, iniciar um curso, dinheiro, viajar, adquirir bens, evolução profissional, emprego novo) e idéias de vida espiritual (relacionadas com o SER, exemplo,  fazer exercícios, melhorar saúde, parar de fumar, desenvolver lado espiritual, melhorar relacionamento com alguem, buscar um relacionamento, melhorar autoestima, emagrecer, etc).
E vá preenchendo as colunas....

Agora, vamos priorizar... quem tenta fazer tudo não faz nada e, por isso, essa técnica dá clareza porque todas essas idéias misturadas na cabeça apenas produzem uma coisa... inatividade e boa intenção e dessa última aqui – boa intenção – a zona mais baixa do plano espiritual está lotada....
Assim, priorize suas idéias de vida material e espiritual com base na sua necessidade, viabilidade e paixão criando uma outra tabela.

IDEIA
Necess.(0-3)
Viabilid(0-2)
Paixão(0-1)
Total











Insira a idéia no primeiro campo e depois responda, atribuindo pontos conforme os critérios:
Necessidade: A ideia é extremamente necessária para sua vida? Conseguirá viver feliz sem essa idéia? Responda indicando pontos de 0 a 3 conforme o grau de importância.
Viabilidade: A idéia é viável (executável nesse momento de sua vida)? Responda indicando pontos de 0 a 2 conforme o grau de execução neste momento atual.
Paixão: Você está apaixonado a ponto de querer se dedicar a sua idéia?  Responda indicando pontos de 0 a 1 conforme o grau de paixão.

Agora separe as 5 idéias com maior pontuação.

Destas cinco, selecione com calma aquelas que acha que realmente ajudariam sua vida a ter mais resultados e equilíbrio.... pode ser apenas uma. Visualize a idéia concluída e o resultado dela na sua vida.

Isso não significa que abandonará as outras, num outro momento oportuno você poderá retornar a elas, quando concluir esta ou estas que selecionou de primeira.

Bem, agora com as idéias selecionadas, passe a especificá-las...isto é...deixar ela mais clara, com mais detalhes porque clareza é poder. Quem sabe o que quer tem mais chances de realmente executar.

Depois, vem a fase mais difícil.
O que faz a idéia acontecer é dividi-la em muitas tarefas, muitas mesmo...e tarefas executáveis (específicas, de curta duração, e que nos permitem logo ver o resultado).
Então, passe a dividir a idéia em várias tarefas necessárias para realizá-la...veja... não seja amplo....é preciso criar pequenas tarefas executáveis em curto prazo e que logo permitam você ver o resultado daquela ação... é isso que o deixará motivado.
Não se preocupe com o tamanho da lista de tarefas que, normalmente, costuma ter 30, ou mais, itens a executar.

Depois deste esforço, cabe a você distribuir em sua agenda diária e se comprometer a realizar o programa feito.

Por derradeiro, deixo um recado às mães e pais: você os ensinou a programar a vida deles do método? Assim como também os ensinou a comer, vestir-se ou fazer qualquer outra atividade diária? Aproveite a oportunidade e distribua a seus filhos esta mensagem.
Instruir é um verbo mais efetivo do que reclamar, repreender, gritar e impor.
Aproveite o início do ano e começe o que você nunca fez aqui na Terra: continue a sua programação e seja feliz!.

Paz a todos.

Ramatís

Agenda Mínima para evoluir

Agenda Mínima para evoluir



A evolução é lenta, caminha no compasso da natureza, mas a própria natureza tem seus ciclos e nossa humanidade está justamente vivenciando a fase de transição de um ciclo para outro.

É algo semelhante ao que acontece com a borboleta, após longo período no casulo, gestando sua metamorfose. Um dia sai completamente modificada, abre as asas e, bela e leve, irradiando alegria, parte para nova etapa.

O mesmo acontece conosco. Se estivemos encasulados ao longo dos séculos ou milênios, em gestação evolutiva, podemos fazer agora um esforço maior para promovermos nosso “nascimento cósmico”, como seres melhorados. Podemos também permanecer no casulo, aguardando nova primavera nos ciclos do tempo. Só depende de nós.

E não se pense que pelo fato de sermos espíritas, detendo conhecimentos mais avançados, estejamos num degrau superior, porque como disse o espírito Ermance Dufaux “Espiritismo na cabeça é informação, no coração é transformação”. E é bom observar que essa transformação não acontece, ou então ocorre de forma excessivamente lenta, se não lhe dermos prioridade.

Até agora nos meios espíritas vem-se priorizando o estudo doutrinário, que é importante, mas peso maior tem em nossa evolução a vivência dos conteúdos espíritas, que são muito simples e estão ao alcance de qualquer intelecto, por mais pobre que seja.

Enquanto isso os espíritos continuam enfatizando, sempre com maior insistência, quanto à nossa mais premente necessidade nesta fase de transição, a transformação interior.

Mas por que não conseguimos realizá-la, quanto desejaríamos?

Essa transformação interna é tão difícil, por sermos o resultado de milenares elaborações no bojo do tempo e das reencar-nações, que para se conseguir resultados apreciáveis é necessário:

a) dar-lhe absoluta prioridade;

b) ter um programa evolutivo fácil e objetivo.

Então, no bojo de muitas reflexões e ajuda dos irmãos maiores, fomos conseguindo anotar idéias e conclusões, construindo este programa evolutivo muito simples e de fácil aplicação.



Reflexão básica.

É fácil observar como, em nosso esforço evolutivo, vimos desperdiçando forças em ações esporádicas e dispersas, que não conseguem realmente realizar a reforma ou as transformações interiores necessárias, desestimulando nossas pretensões evolutivas.

Mas se nos fixarmos numa agenda com poucos pontos essenciais, adotando-a como meta, como roteiro a ser seguido, priorizando esforços nesse sentido, fica muito mais fácil e produtivo alavancar essa reforma.

Neste opúsculo, mesmo limitado pelo pouco alcance de nossa visão espiritual, estamos propondo uma agenda mínima de ações e atitudes que ajudarão sobremodo nossa evolução espiritual.

Se adotarmos esta agenda e priorizarmos sua implementação em nossas vidas estaremos desenvolvendo, de forma mais rápida e intensa, nossos valores latentes, acendendo nossa luz, enfim, realizando a nossa reforma interna.

Tal esforço é imprescindível se quisermos compartilhar conscientemente da grande transição do nosso planeta, de “provas e expiações” para o “mundo de regeneração” de que falam os espíritos.

Em mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no dia 30 de julho de 2006, no Rio de Janeiro-RJ, falando sobre essa transição, o espírito Joana de Angelis diz:

“Opera-se, na Terra, neste largo período, a grande transição anunciada pelas Escrituras e confirmada pelo Espiritismo. O planeta sofrido experimenta convulsões especiais, tanto na sua estrutura física e atmosférica, ajustando as suas diversas camadas tectônicas, quanto na sua constituição moral. (...) Não serão apenas os cataclismos físicos que sacudirão o planeta, como resultado da lei de destruição, geradora desses fenômenos, como ocorre com o outono que derruba a folhagem das árvores, a fim de que possam enfrentar a invernia rigorosa, renascendo exuberantes com a chegada da primavera, mas também os de natureza moral, social e humana que assinalarão os dias tormentosos, que já se vivem. (...) A melhor maneira, portanto, de compartilhar conscientemente da grande transição é através da consciência de responsabilidade pessoal, realizando as mudanças íntimas que se tornem próprias para a harmonia do conjunto. (...) Nenhuma conquista exterior será lograda se não proceder das paisagens íntimas, nas quais estão instalados os hábitos. Esses, de natureza perniciosa, devem ser substituídos por aqueles que são saudáveis, portanto, propiciatórios de bem-estar e de harmonia emocional.”

Não acha que tais advertências são por demais sérias para deixarmos nossa vidinha continuar a “correr solta”, podendo acabar nos levando a reencarnar em algum mundo primitivo, ou em algum povo dos mais atrasados do nosso planeta, até acordarmos para as reais necessidades do nosso espírito imortal?

Esta Agenda Mínima, oferta dos amigos espirituais, vem ajudar sobremaneira aqueles que realmente estão querendo transformar intenções em atitudes.

Um dos seus diferenciais é que ela prioriza a ação evolutiva a partir dos estados de espírito. Isto é muitíssimo mais fácil do que ficar vigiando cada pensamento, palavra, sentimento e ação. Apenas praticar ações virtuosas é algo superficial, não muda estruturas, mas desenvolver estados de espírito é trabalhar os valores correspondentes, em sua profundidade.

Outro diferencial é o fato dela resumir todo um processo evolutivo - que demandaria um número infinito de ações - em apenas cinco pontos. Quatro são estados de espírito e um é atributo da mente.

OBSERVAÇÃO: Nesta nova edição, estamos retirando dois dos pontos complementares, o compromisso e as atitudes, por entender que já estão implícitos no processo de crescimento interior, não precisando ser citados.







Afetividade



Sendo o amor o maior dos valores da alma, o primeiro ponto a ser considerado é a afetividade, caminho que nos leva a ele.

As manifestações do amor são tão infinitas, desde as mais primárias até às mais elevadas, que fogem ao nosso entendimento. Na verdade sabemos teorizá-lo, mas não o conhecemos em sua plenitude.

Sabemos, no entanto, que nossos pensamentos, palavras, sentimentos e ações são fortemente influenciados pelos nossos estados de espírito, pelo nosso “clima interior”. Assim, cuidando desse “clima”, estaremos facilitando sobremaneira a vivência de atitudes mais condizentes com o conhecimento espiritual que já alcançamos e com o nosso momento evolutivo.

Num seminário sobre perdão e auto-perdão o médium e orador espírita Divaldo P. Franco disse:

“Dois físicos quânticos de renome estabeleceram que quando nós amamos, produzimos moléculas, micro-partículas que podem ser semelhantes a fótons e vitalizam-nos a corrente sanguínea, e quando odiamos, quando nutrimos raiva ou mágoa, geramos micro-partículas semelhantes ao elétron, e elas destroem nosso sistema imunológico, e nós adoecemos”.

Informou ainda Divaldo que o Dr. Mark Cleland, da universidade de Harvard, diz que os derivados do amor produzem linfócitos que sustentam a vida, e que o otimismo nos ajuda a viver.

Vemos então que, desenvolver amor nos sentimentos e vivenciá-lo, não reflete apenas um ensinamento de natureza religiosa, mas também a própria ciência do bem viver.

Nos últimos anos inúmeras pesquisas científicas vêm demonstrando a eficiência de valores como o amor e o perdão na geração de saúde e bem-estar. Percebemos então como os ensinamentos de Jesus, sob a ótica dessas descobertas e constatações científicas, assumem novas feições. Já podemos começar a deixar de vê-lo apenas pelas vias do misticismo, como o mártir da cruz ou o fundador de religiões, pois Ele agora nos surge na condição de cientista cósmico, de Mestre que veio nos ensinar a perfeita ciência do bem-viver. Suas lições já podem deixar de representar aqueles chavões com cheiro de obrigação religiosa ou caminho para a colônia espiritual Nosso Lar, surgindo em toda a sua plenitude como verdades que, obedecidas, promovem o bem-estar da criatura e o seu crescimento como ser cósmico e eterno.

Perdoar, amar, ser fraterno, pacífico, mais que preceitos religiosos são fatores de saúde física e psíquica, porque geram energia psíquica positiva, de boa qualidade. São também fatores de prosperidade material, até o ponto em que a programação reencarnatória permita, porque a pessoa que se habitua a desenvolver vibrações de elevado teor gera uma presença agradável, que lhe abre muitas portas.

Na verdade, há dentro de nós um universo de conhecimentos a serem buscados, de capacidades, aptidões e possibilidades infinitas que poderão nos conduzir a patamares evolutivos mais compatíveis com as características de um mundo de regeneração.

Apresentamos, assim, a afetividade como o primeiro ponto, o primeiro valor a ser considerado nesta agenda mínima, não só pelos atributos já identificados, mas também por fornecer conteúdo ou alicerce para os demais valores crescerem e se firmarem.

Mas como desenvolvê-la, já que isto é tão difícil?

O primeiro passo está em exercitá-la continuamente visando criar condiciona-mento. Quando conseguirmos estar sempre atentos para gerar afetividade, esse valor começará a fazer parte do nosso psiquismo e emoções. A grande dificuldade, no entanto, está em nos lembrarmos sempre desse propósito.

Para solucionar essa questão pode-se utilizar alguns recursos, inclusive lançar mão de benefícios da tecnologia, tais como:

1 – Programar o celular, o computador, ou um relógio para emitir algum som a cada meia hora e, sempre que escutá-lo, desenvolver um estado interior de afetividade.

2 – Colocar pequenos lembretes em alguns locais. Com um pouco de criatividade consegue-se isto facilmente.

3 – Adquirir um bracelete, um colar ou algo semelhante para, ao percebê-lo ou senti-lo, lembrar-se de exercitar afetividade.

Pode-se também estabelecer determinados momentos para exercitá-la, tais como, durante o banho e as refeições, à hora de dormir e antes de levantar. São momentos em que ocorre maior desligamento do corre-corre do cotidiano, facilitando a introjeção de amorosidade nos sentimentos.

Durante o banho pode-se mentalizar a energia da água a lavar também os resíduos energéticos negativos aderidos ao corpo espiritual. Em seguida desenvolver um sentimento de afeto pelos pés, as pernas, os quadris, lembrando o quanto eles são importantes. Da mesma forma, visitar com muito carinho o abdômen e o tórax com seus órgãos internos, e assim por diante até amar todo o corpo, conscientemente. Depois, sentir amor pela própria alma, pelo espírito, por todo o ser.

E assim, envolvidos nessas vibrações de luz, direcionar essa sublime emoção para o ambiente em torno; levá-la mentalmente a se espalhar em todas as direções, envolvendo nessa vibração tudo e todos, sem qualquer restrição.

Outra forma muito importante para desenvolver amorosidade é olhar para alguém e envolvê-lo numa vibração de afeto, de carinho. Isto podemos fazer sempre, em todos os momentos em que houver pessoas ao alcance da nossa visão. Mas não devem ser apenas os seres humanos os objetos da nossa afetividade e, sim, tudo que vive e até mesmo os inanimados, porque o amor é um poder que se irradia, sem escolher alvo.

Se prestarmos atenção, podemos perceber quão infinitas vezes em nosso cotidiano podemos desenvolver afetividade. Por exemplo, quando vemos uma pessoa feia ou desagradável é natural nos colocarmos internamente em posição superior a ela. Mas se a olharmos com olhar afetivo, pensando nas imensas dificuldades que deve enfrentar por causa da sua condição, lhe enviaremos uma vibração de simpatia, de fortaleza, de soerguimento.

Da mesma forma, ao nos depararmos com um tipo mau, repugnante ou facínora. Pelo olhar afetivo veremos que seu espírito é da mesma essência que o nosso, e que ele apenas está vivenciando fases primárias em suas experiências evolutivas, em patamares ainda degradantes, mas que um dia sua luz interior irá iluminá-lo por completo, assim como acontecerá também com nós outros. Então lhe enviaremos uma vibração de afeto e de indução ao bem.

Quando conseguirmos perceber as profundas implicações no uso da afetividade em nosso cotidiano, tornando-a atitude predominante, poderemos também observar como o nosso interior mudou, iluminou-se.

Sente-se afeto em várias modalidades:

a) por si mesmo;

b) por pessoas que correspondem a esse sentimento na mesma medida. Esse é o afeto das trocas, portanto, egoísta;

c) por pessoas ou alguma comunidade eletiva, como por exemplo, a religiosa. Esse ainda é um afeto egoísta, porque existe em razão de trocas;

d) por tudo e todos de forma indiscriminada, assim como as águas de uma fonte que jorram, sem pedir nada em troca. Esse é um afeto não egoísta. É abrir o coração para uma terna vibração, que traz em seu bojo a alegria. É olhar com carinho para o cachorro “vira-latas”, abandonado, sarnento, como se estivesse vendo algo muito precioso.

Quando assumimos um estado de espírito afetivo, nos tornamos pessoas mais brandas, pacificadoras, propensas à alteridade e com mais facilidade para desenvolver a humildade.

A afetividade relaxa.





Alteridade



O segundo ponto é a alteridade, palavra que só agora começa a se tornar mais conhecida, principalmente nos meios espíritas.

De forma resumida podemos dizer que ela representa o respeito que devemos ter para com todos, além da disposição para aceitar e aprender com os que são e pensam diferente de nós. É também a construção da fraternidade apesar das divergências, respeitando-as e procurando aprender com as diferentes opiniões. Mas vivenciar o valor da alteridade não significa deixar de discutir, debater, questionar. A discussão, o debate e o questionamento são saudáveis quando se respeita o outro e a sua maneira de ser e de pensar.

A alteridade nos ajuda a abrir caminhos para uma compreensão mais elevada sobre tudo. É o mais importante mecanismo para o crescimento do homem como ser social, que pode levá-lo a interagir pacífica e beneficamente com tudo que o cerca. É, sem dúvida, o veículo capaz de conduzir a humanidade para a tão esperada nova era.

A postura alteritária nos leva a ver todos com bons olhos, lembrando as palavras de Jesus: “Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas.” (Mateus 6:22 e 23)

A pessoa que vivencia a alteridade passa a ser mais fraterna em todos os sentidos, deixando de criticar, julgar, agredir... E esse tipo de atitudes deixa o ser em paz consigo mesmo, com a humanidade, com a vida.

Aí você poderá contestar dizendo que isto torna a criatura alienada. Mas há grande diferença entre analisar – com vistas ao próprio aprendizado e também no intuito de ajudar, caso seja viável – e julgar ou criticar. As posturas de julgamento e crítica geralmente denotam uma idéia de superioridade, porque ao criticarmos o outro estamos querendo diminuí-lo, para que a nossa “grandeza” fique mais visível. Com tais atitudes, que têm como combustível o orgulho e a vaidade, estamos enviando uma vibração negativa ao objeto da nossa crítica, seja ele uma pessoa, uma instituição ou uma nação, já que as instituições e as nações são formadas por pessoas.

Por exemplo, você vê alguém caminhando sobre a grama de uma praça para encurtar caminho e pensa: “Que criatura mais sem educação!”.

Nesse ato de criticar intimamente a atitude daquela pessoa, você está gerando uma vibração negativa, ou seja, “energia psíquica” de teor negativo. Parte dessa energia fica em você mesmo, seu gerador, e outra parte alcança a pessoa que pisou a grama para cortar caminho. Por outro lado, se registrar o ato errado, mas respeitando a diferença do outro não criticá-lo, estará fazendo um bem a si mesmo e deixando de fazer mal a outrem. Mas digamos que, agindo com alteridade e com afeto, você entende que deve falar-lhe, alertando-o para o erro que está cometendo, fá-lo-á então de forma a não humilhá-lo, encontrando a melhor maneira de ser, junto àquela pessoa, uma presença benéfica. Mas se esse alerta for inviável, poderá enviar-lhe uma vibração fraterna junto com a idéia de que não se deve pisar a grama, para que esse tipo de vibração, alcançando o alvo, possa induzi-lo a não mais praticar esse tipo de ações, atuar sobre ele como fator indutor.

Desenvolvendo a alteridade, respeitando completamente a maneira de ser dos outros em seus erros, equívocos e até mesmo em suas maldades, lembrando que todos somos seres em diferentes faixas evolutivas, tornamo-nos mais leves, mais de bem com a vida, mais alegres e também mais saudáveis. E se entendermos e vivenciarmos verdadeiramente a alteridade e a afetividade, faremos uma prece pelos que estamos observando em erro e lhes direcionaremos vibrações positivas, indutoras de ações mais corretas.

Mas há um ponto importante a ser percebido em sua totalidade e de forma não distorcida. Diz respeito à crítica. Como o ser humano, ou grande parte da humanidade, tem a tendência de pular de um extremo para o outro, é bem provável que muitos, ao abraçarem as idéias da alteridade, caiam nesses extremos e passem a adotar a omissão ou a conivência como sendo posicionamentos alteritários.

Ocorre que exercer a faculdade da crítica faz parte do crescimento do ser humano. Só que há dois tipos de crítica, uma é saudável, a outra não.

Na crítica saudável observamos, analisamos, buscando entender os porquês, confrontando tudo com o que sabemos e o que entendemos que seja o melhor e o mais correto, sempre na intenção do aprendizado e visando roteirizar para nós próprios os melhores modelos. Podemos também realizar essas análises, visando de alguma forma colaborar para que sejam corrigidos ou minimizados os erros que vamos encontrando em nossas apreciações. Se acrescermos a esse tipo de crítica os valores da afetividade, havemos sempre de encontrar a melhor maneira de ajudar, de ser presenças benéficas onde estivermos, nem que essa ajuda se dê tão somente através de uma prece ou de uma vibração positiva. Isto equivale a uma atmosfera interna de boa vontade, de olhar tudo e a todos com bons olhos, a desenvolver uma vibração positiva. Isto é benéfico para quem age dessa forma, para os que o circundam e também interfere ou interage de forma positiva com as próprias circunstâncias.

Na crítica saudável podemos dialogar com tranqüilidade, debater nossos pontos de vista, trocar idéias, estar abertos para aprender com os outros, enfim, participar ativamente das situações, sempre visando o bem geral.

No tipo de crítica não-saudável, desenvolvemos uma ambiência interna pesada, do contra, sempre dispostos a encontrar erros em torno de nós. Posturas assim são geradoras de energismo pesado, desagregador, além de fomentar orgulho e vaidade em quem as vivencia.

Também é digno de nota o fato de que nos meios espíritas é muito fácil desenvolvermos um estado de crítica negativa com relação às religiões e a outros saberes, tendo em vista o universo de conhecimentos transcendentais que o Espiritismo nos proporciona. Esse tipo de procedimento é também gerador de orgulho. Mas uma postura alteritária é niveladora, ajudando a eliminar o orgulho, por nos propiciar entendimentos mais amplos, pelos quais podemos perceber a importância de todos os demais saberes, filosofias e religiões na evolução da humanidade.

Outro dia, quando fazia a caminhada matinal, ao passar diante de um condomínio em construção, um homem – vigia noturno da obra – lia a Bíblia para uma mulher.

Meu primeiro impulso foi pensar: “Um evangélico querendo converter alguém, logo cedo”. Mas, lembrando-me da alteridade, mudei meu estado de espírito com relação àquela situação e iniciei um discurso de censura para comigo mesma. Logo em seguida, porém, recordei-me das lições que venho aprendendo com esta Agenda Mínima, enquanto a vou escrevendo. Então, ao invés da auto-censura, preferi “olhar” a cena com uma visão diferente, e fiquei comovida com o que vi: uma pessoa pobre, certamente sem instrução, ocupando-se em repassar a outrem os ensinamentos de Jesus, quando poderia estar comentando o crime da véspera que ainda circulava na mídia e na boca do povo.

Olhei-os então com outros olhos e enviei-lhes uma vibração afetuosa. Segui caminho, sentindo-me feliz, desse tipo de felicidade que sentimos quando olhamos o outro com afeto, com alteridade e com humildade.

Assim, por tudo que podemos observar em nós e em torno de nós, é possível perceber a importância da alteridade em todos os relacionamentos. Nos meios espíritas ela se torna uma postura de vanguarda, sinalizando um modelo de convívio para o novo tempo, o mundo de regeneração.

A afetividade e a alteridade também são importantes para a paz. Ver os outros com olhar alteritário minimiza quaisquer razões para a violência. Vê-los com olhar afetivo dilui as vibrações agressivas e desfaz impulsos violentos.

O escritor e palestrante espírita Alkíndar de Oliveira, pinçou algumas observações do espírito Ermance Dufaux, do livro Reforma Íntima sem Martírio, psicografado por Wanderley S. Oliveira, nas quais vale a pena refletir:

“Aprender a discordar sem gostar menos, de nossos companheiros.”

“Aceitar cada pessoa como é, procurando entender os “porquês” dos incômodos que sentimos com esse ou aquele coração.”

“Pensar sempre com bondade sobre quaisquer pessoas, em quaisquer situações.”

“Ajuizar, com isenção de ânimo, o valor das idéias alheias.”

“Onde houver duas ou mais pessoas reunidas... ali estará o conflito. Cabe a nós aprender a administrar os conflitos interpessoais e isto só será possível se tivermos alteridade.”

E que viva o amor, em todas as suas manifestações.



Humildade



O terceiro ponto é a humildade.

Mas que é exatamente humildade? É fazermo-nos pequenos, menores do que somos na realidade? É minimizar nossos valores?

Certamente, não.

A humildade é uma percepção clara da nossa real condição. Nem para mais, nem para menos.

Se for para mais nos levará ao orgulho, porque a idéia de sermos mais evoluídos do que nossa realidade acarreta envaidecimento, já que, pela nossa pouca evolução, estamos ainda muito predispostos a cair nessa ilusão.

Se forçarmos nossa percepção para menos, isto nos levará a uma situação irreal e à diminuição da nossa auto-estima, o que é prejudicial para nossa vida e evolução.

Mas como podemos encontrar nossa real condição? Aprofundando o auto-conhecimento.

Mas é preciso ter cuidado porque geralmente ao mergulharmos em nossa intimidade nessa busca, temos como foco, mesmo inconsciente, encontrar valores ainda não descobertos.

Hoje, pela manhã, ao fazer a caminhada diária, tive ocasião de entender essa questão por um ângulo diferente.

Numa prece pedi a Deus e aos espíritos benfeitores que me ajudassem a me tornar humilde, a conhecer minha realidade mais íntima, a fim de que esse conhecimento me ajudasse nesse desiderato.

Pus-me então a refletir, percebendo que um amigo espiritual conduzia minhas reflexões e, assim, na busca à minha realidade, comecei por fazer um questionamento.

Se nunca tivesse tido orientação, assistência e participação espiritual em minhas ações e na condução da minha vida, como eu seria ou estaria agora?

Era uma questão difícil, mas importante. E como entremostrava um universo excessivamente vasto, achei melhor fixar-me apenas na minha vida como espírita.

Voltei então atrás no tempo, desde os primeiros passos neste caminho, perguntando-me sempre como teria sido se os espíritos não me tivessem auxiliado, orientado e conduzido?

Dessas perguntas restou um saldo que certamente estava bem abaixo do esperado.

Percebi então que não seria, na minha realidade, o que hoje “estou”, e nesse caminhar rememorativo cheguei ao momento em que comecei a atuar na divulgação do Espiritismo ao público externo: coluna no jornal, programa no rádio, peças teatrais, livros e muitas outras atividades que se foram desdobrando ante meu olhar interior. Mas esse olhar já era diferente. Ao perguntar-me como teria sido se não tivesse recebido assistência espiritual em cada etapa, em cada momento... só encontrava o vazio. Não havia respostas.

Fui trazendo à memória a forma como todas essas ações começaram e percebi com absoluta clareza que mãos invisíveis sempre conduziram absolutamente tudo.

Tudo que tenho escrito, todas as iniciativas, tudo sempre começou e continuou pela ação deles. Até mesmo isto que estou escrevendo agora, foi-me intuído por eles. Nada do que fiz e faço é de minha exclusiva lavra. Na verdade, sou apenas a mão que executa.

Como segundo passo, comecei a imaginar como eu seria hoje, não tivesse sido “levada” para este caminho. Talvez fosse uma dona-de-casa unicamente preocupada com os afazeres domésticos e as conversas com as vizinhas, dissecando a vida dos outros, ou detalhando os acidentes, crimes e fofocas ocorridos mais recentemente. Talvez fosse uma profissional inteiramente tomada pelas atividades e a luta pela sobrevivência. Provavelmente estaria enfrentado situações as mais amargurosas e sofridas, em difíceis resgates, sem poder contar com o apoio e amparo dos amigos espirituais. Em qualquer dessas situações eu me via como uma pessoa absolutamente insignificante. Pior ainda, ao pensar que sem a assistência dos amigos espirituais, quem sabe poderia ter-me tornado alguém de presença negativa, maléfica.

Que terrível “virada”!

Já olhava os transeuntes percebendo-me abaixo de todos, sem qualquer valor. Senti então, não exatamente humildade, mas uma terrível sensação de inferioridade e de impotência, e o desânimo começou a se instalar.

Mas antes que se instalasse e, certamente com ajuda do benfeitor espiritual, lembrei-me de um dos pontos desta Agenda, o equilíbrio.

Se analisasse com equilíbrio, entenderia que em todo esse andamento da minha vida como espírita houve também minha participação, embora mínima:

a) deixei que me conduzissem, agindo com o valor da “boa vontade”;

b) assumi o compromisso firmado antes da minha reencarnação, procurando fazer a minha parte;

c) esforcei-me por me conectar com o “mais alto” através da prece, das atitudes e ações, dentro da minha limitada evolução e, apesar das quedas e tropeços, não desisti;

d) tenho procurado ser a “mão que executa”, mesmo sem ter sempre executado da melhor maneira.

Com essas observações já deu para respirar mais aliviada, mas a “queda na realidade” foi extremamente marcante.

Acredito que daqui em diante, se meus pensamentos convergirem para o que “estou”, olharei para mim mesma procurando imaginar como seria e como estaria, não fosse a assistência e ajuda dos benfeitores espirituais. Assim poderei ver a minha realidade, a minha verdadeira condição, e isto me ajudará a caminhar no rumo da humildade e, no lugar do orgulho, começar a construir um espaço para a gratidão, com profunda admiração pelo grandioso valor, o amor, que leva tantos a acolherem e a ajudarem tantos outros de forma absolutamente desinteressada. (A referência é aos espíritos benfeitores.)

Quando “caímos na realidade” percebemos que não há razões para nos sentirmos engrandecidos por nossas constatações distorcidas, pelos elogios recebidos ou por quaisquer outras razões. Tudo em nossas vidas será motivo de gratidão àqueles que nos assistem e motivação para buscarmos cada vez mais nosso crescimento interior.

Mas esse mergulho em nossa realidade apresenta também outro desdobramento, o nosso grau de evolução espiritual, aquilo que SOMOS, não o que aparentamos ser.

Esse “aparentar” é muito bem explicado pelo espírito Ermance Dufaux, no livro Reforma Íntima sem Martírio, quando fala nas inúmeras máscaras que usamos num processo de “santificação de adorno”, quando diz:

“Percebe-se que esse tipo de “santificação” está no nosso exterior, como mera vestimenta ou adorno a ser mostrado aos outros, principalmente aos companheiros da seara, por receio de sermos por eles julgados e tidos como “maus espíritas”, ou seja, de cairmos no conceito da comunidade em que estamos inseridos. Mas lembremos que Jesus enfatizou muito essa questão das aparências e a própria lógica nos diz que ela não tem qualquer consistência. Ao contrário, é muito prejudicial à nossa evolução porque nos leva, ao longo do tempo, a acreditar que realmente somos o que aparentamos, engano que nos custará muitas dores, tristezas e arrependimento após ingressarmos no reino da verdade pelas portas da desencarnação.”

Ermance e outros espíritos falam muito sobre as grandes decepções e sofrimentos de espíritas em seu retorno ao mundo espiritual, quando em contato mais profundo com sua própria realidade, por causa desse “aparentar ser o que na realidade não se é”.

E essa realidade é fácil de constatar quando nos colocamos de atalaia junto a nós mesmos, ou como ouvidor junto à nossa fala, perguntando-nos sempre as causas profundas de tais pensamentos, palavras, atitudes e ações. Com isso podemos perceber, quando nas linhas da verdade, o quanto de enganos ainda há em nós e quanto camuflamos as nossas razões mais íntimas. Percebemos a nossa tendência em nos mostrar aos outros visando sua aprovação e elogios, porque isto faz bem ao nosso ego.

Mas a pessoa mais evoluída não se compraz com a admiração alheia. Não busca nem precisa dos “altares” e das platéias que nós outros ainda buscamos. Da mesma forma não se ocupa em contabilizar os próprios valores e qualidades, que para ela são naturais, fazem parte do seu ser.

O fato de nos atribuirmos alguma superioridade espiritual já nos informa sobre o nosso real nível evolutivo.

A humildade também leva a quem já vivencia esse valor a assumir postura de aprendiz, mesmo que tenha galgado posições de destaque, por descobrir que o muito que acredita saber e ser, nada é em relação ao que ainda precisa aprender e ser.

E assim, após todas essas reflexões, análises e constatações acabamos por perceber que estivemos caminhando sobre saltos muito altos, ou mesmo, sobre “pernas de pau”, e ao nos olharmos no espelho víamo-nos numa condição bem mais elevada que a realidade.

Esse é um momento único, que poderá decidir nosso processo evolutivo. É o momento em que, face a face com nós mesmos, podemos começar a crescer sobre as próprias bases, sem máscaras, sem ilusões.

Mas também é um momento que acarreta certo perigo, porque podemos não aceitar nossa real posição e acabar construindo novas e mais pesadas máscaras. Da mesma forma pode também surgir o desânimo ou gerar-se baixa auto-estima.

Por tudo isso é necessário preparar bem o coração e a mente, e, acima de tudo, buscar ajuda divina para esses momentos tão importantes nos nossos processos evolutivos. E então, após todas as constatações, quando, mais que perceber, começamos a “sentir” a nossa pequenez, passamos também a nos sentir mais leves e mais livres.

Outro ponto importante é nos aprofundarmos nessa busca interior sem o intuito de nos criticar, censurar ou baixar a auto-estima em razão das coisas negativas que formos encontrando. Devemos, sim, devassar nosso íntimo, assim como um cirurgião, a procura daquilo que nos faz mal, perdoando-nos mediante a compreensão de que somos ainda pré-adolescentes espirituais, com direito de errar, mas a caminho do nosso crescimento.

Chico Xavier se comparava a um burro de carga, ou outros qualificativos que o diminuíam. Certamente foram posturas extremas que ele apresentava visando ajudar os leitores em seu combate ao orgulho, “puxando a corda da humildade” ao extremo, para ver se assim ajudava um pouco mais.

Mas o equilíbrio (outro ponto desta agenda) nos informa que, se buscarmos a nossa realidade mais profunda, sem distorções, não precisamos adotar tais posturas.

E assim, percebendo sempre que a nossa essência espiritual é “luz de Deus” ainda oculta sob a nossa imaturidade, nossa pouca idade sideral, e que somos todos iguais, embora em diferentes trechos do caminho evolutivo, será mais fácil desenvolver a humildade verdadeira. E essa humildade não será um peso a nos diminuir, a nos comprimir em nossos baixos patamares evolutivos, mas um vislumbrar de alegrias divinais a nos irmanar com todos. Nem acima, nem abaixo, mas iguais, como flores a vicejarem sob os raios do divino SOL.



Mas há uma pergunta importante: como fica nossa situação - médiuns, dirigentes, palestrantes, escritores e demais líderes ou formadores de opinião - quando, “sob o aplauso da platéia”, nos vemos alçados a patamares irreais? Nessas condições, reconhecendo nossa realidade íntima, não condizente com aquela que os outros vêem, podemos entender que não devemos decepcionar a “platéia”, por temer que essa decepção possa recair sobre a mensagem de que somos portadores.

Que fazer? Como agir nessas situações?

Eis uma difícil questão.

Para não “decepcionar a platéia” é fundamental deixar sempre claro que a mensagem que conduzimos não é exatamente nossa, os méritos não são nossos, pois somos apenas porta-vozes, ou as mãos que materializam a obra.

Isto não será difícil quando nós mesmos estivermos convencidos dessa realidade.

Valorizar a mensagem, sim, colocando o mensageiro no lugar que lhe cabe. Deixar bem claro que somos tão falíveis quanto os demais, e que importa refletir no teor da mensagem, sem ocupar-se com aquele que a traz.

Só se decepciona quem se iludiu.

Além disso, é fundamental empenharmo-nos verdadeiramente em nossa reforma interior, buscando primeiro conhecer melhor a nós mesmos, a nossa realidade íntima e oculta, para em seguida darmos andamento mais acelerado a essa reconstrução e posterior crescimento.

Certamente é necessário também abandonar aquelas posturas de “santidade de adorno”, arrancar as máscaras e permitir que os outros nos vejam como somos. Será um verdadeiro “quebrar paradigmas”. Talvez a “platéia” se decepcione, mas terá oportunidade de aprender a desenvolver percepções mais equilibradas, a não confundir o santo com o milagre e entender que a evolução pede transparência.

Mostrar com sinceridade nosso íntimo, com suas sombras e luzes, toca muito mais do que muitas palavras elaboradas. Aproxima-nos dos outros, e essa aproximação possibilita entrelaçar esforços, somar ideais de evolução para crescer em conjunto. É muito mais fácil que crescer sozinho. Apoiando-nos uns nos outros, com sinceridade e igualdade, podemos alcançar mais facilmente nossas metas evolutivas, sem recear julgamentos humanos, nem discriminações.

Essa opção certamente é bem difícil, mas de que vale caminhar sobre altares ou por caminhos mais fáceis quando encarnados, para depois sofrer decepções e as mais diferentes dificuldades no mundo espiritual, além de precisar recomeçar tudo em futuras encarnações? E aqui cabe lembrar aquela conhecida exortação de Jesus: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta que leva à perdição”.

Convém lembrar também que essas reflexões não se restringem apenas aos formadores de opinião ostensivos. Toda pessoa sempre exerce influência, em algum grau, sobre outras pessoas.



Contentamento



O quarto ponto desta agenda também representa um estado de espírito. É o contentamento.

É importante, é fundamental, desenvolver os valores que nos tornam pessoas melhores, presenças benéficas. Mas como ficamos em nossa intimidade? O que fica faltando para alcançarmos a plenitude? Onde ela se encontra? Certamente está no coroamento dos valores da alma, no contentamento, que é a nossa vibração de vida.

Pense numa pessoa afetuosa, alteritária, que já tenha adquirido os valores da humildade, mas triste, desalentada, arrastando sua cruz vida afora. É como um pássaro de uma só asa. Como levantar vôo para novas conquistas espirituais, quando falta essa seiva de vida, o contentamento?

Os seres espirituais de elevada condição irradiam alegria. A sua presença infunde inusitado júbilo nas pessoas que possuem maior sensibilidade. È uma sensação maravilhosa de plenitude. Tudo se transforma em infinito contentamento, em puro júbilo que vibra em cada célula e em cada neurônio. É como se ficássemos “cheios de Deus”.

O contentamento, na verdade, é uma elevada aquisição que podemos ir conquistando passo a passo, aproveitando todos os momentos para senti-lo, desenvolvendo-o em nossa intimidade.

Há estados de espírito como a depressão, a tristeza e o desamor, que chamaria de falsos, por não se harmonizarem com a verdadeira natureza do ser e da vida. A natureza vibra a alegria de viver em sons, movimentos e formas. Por isso não devemos deixar prosperar estados de espírito falsos. Nos casos de depressão profunda é importante procurar ajuda na medicina, por se tratar de algo que foge ao controle da própria pessoa.

Um estado de espírito prazeroso pode ser desenvolvido. Podemos nos condicionar ao júbilo. Certamente não será fácil a quem já se habituou, até mesmo ao longo de várias encarnações, a carregar os pesos da vida nas costas.

Há pessoas sofredoras, com graves deficiências físicas, passando necessidades materiais de toda sorte, sofrendo humilhações, mas que se mostram sempre alegres, de bem com a vida. Também há outras que receberam da vida tudo que alguém pode desejar, mas são carrancudas, mal-humoradas, e vivem a se queixar.

As condições materiais certamente podem influenciar nossos estados de espírito, mas só até certo ponto. Num documentário sobre a felicidade, o Globo Repórter mostrou uma mulher muito pobre que trabalhava como ascensorista e mantinha sozinha a família com dois ou três filhos e mais um neto por chegar. Estava sempre sorridente e dizia-se muito feliz.

Se prestarmos atenção iremos sempre encontrar pessoas que “vivem no sub-solo da vida” mas estão sempre alegres.

É muitíssimo importante adotar o contentamento como estado de espírito eletivo. Basta exercitar-se em cultivá-lo, ficando atento para sempre “ver” o lado bom e belo da vida, desde as pequenas até às grandes coisas.

A alegria nos torna plenos, quando vibra alicerçado na afetividade, na alteridade e com humildade de alma. Diz o espírito Miramez que ela reveste todas as virtudes de luz.

Se não se quiser classificar o contentamento como virtude, certamente ele representa uma “vitamina espiritual”, um elixir de vida, ajudando a torná-la plena.





Equilíbrio



Ao quinto ponto (último) desta agenda mínima chamamos de complementar, porque complementa todas as outras, dando-lhes um eixo. Também não é estado de espírito, mas atributo da mente. Trata-se do equilíbrio, um dos mais importantes valores do ser racional, já que possibilita maior número de acertos e evita muitas quedas. É irmão gêmeo da sabedoria.

A todo instante nos vemos a braços com escolhas, decisões e conflitos, desde os mais graves, até aos mais corriqueiros. Eles ocorrem não apenas em nossa vida de relação com o mundo exterior, mas também em nossa intimidade, no desenrolar do pensamento, nas emoções e nos sentimentos. Então, para que erremos menos, o equilíbrio deve estar sempre presente. Diríamos mesmo que já deve estar atuante até mesmo no nascedouro dos pensamentos, como alicerce de sabedoria para nossas vidas.

Vemos então a importância de buscá-lo em nossos processos evolutivos, para não cairmos nas muitas dificuldades e sofrimentos que a sua ausência pode provocar.

Nos pontos apresentados até agora o equilíbrio deve sempre estar presente.

Na afetividade, norteando os envolvimentos de forma a não transformá-la em algemas, ou em dependência de qualquer natureza.

Na alteridade é fundamental para orientar nossas reflexões, debates ou discussões com serenidade, isenção de ânimo e maturidade, possibilitando gerar as mais acertadas conclusões.

Na humildade é o suporte necessário para não cairmos nos extremos, sempre prejudiciais.

No contentamento evita exageros e falsas exibições.

Em todos os atos e passos do nosso existir, portanto, o equilíbrio é valor fundamental, porque nos proporciona um alicerce necessário ao correto entendimento de tudo. Representa a maturidade despontando em quem o possui.



Resumo


A Agenda Mínima para evoluir é um programa cujo diferencial é a priorização da ação evolutiva a partir dos estados de espírito, que são o fundamento de todos os nossos movimentos de vida. Cuidando desse “clima interior” estaremos facilitando sobremaneira a vivência de atitudes mais condizentes com o conhecimento espiritual que já alcançamos e com o nosso momento evolutivo.

Outro diferencial é o fato dela resumir todo o processo de crescimento interior, que demandaria um numero infinito de ações, em apenas cinco pontos: quatro representam estados de espírito e um é atributo da mente.

Afetividade – Sendo o amor o maior dos valores da alma, o primeiro ponto a ser considerado é a afetividade. Quando nos habituarmos a vivenciá-la, estaremos dando o mais importante dos passos no rumo do amor e da nossa evolução espiritual.

Alteridade – Resumidamente, podemos dizer que ela representa o respeito que devemos ter para com todos, além da disposição para aceitar e aprender com os que são e pensam diferente de nós. É também a construção da fraternidade apesar das divergências, respeitando-as e procurando aprender com as diferentes opiniões. Mas não significa deixar de discutir, debater, questionar. A discussão, o debate e o questionamento são saudáveis quando se respeita o outro, a sua maneira de ser e de pensar. É, sem dúvida, o veículo que ajudará a conduzir a humanidade para a tão esperada nova era.

Humildade - É uma percepção clara da nossa real condição. Nem para mais, nem para menos.

Se for para mais, nos levará ao orgulho, porque pensar que somos mais evoluídos do que nossa realidade, acarreta envaidecimento. Pela nossa pouca evolução, estamos ainda muito predispostos a cair nessa ilusão.

Se forçarmos nossa percepção para menos, isto nos levará a uma situação irreal e à diminuição da nossa auto-estima, o que é prejudicial para nossa vida e evolução.

Contentamento – É importantíssimo desenvolver os valores que nos tornam pessoas melhores, presenças benéficas. E quanto a nós? O que fica faltando para alcançarmos a plenitude? Certamente ela está no coroamento dos valores da alma, no contentamento, que é nossa vibração de vida.

Equilíbrio - Complementa todos os outros, dando-lhes um eixo. Não é estado de espírito, mas atributo da mente e um dos mais importantes valores do ser racional, já que possibilita maior número de acertos e evita muitas quedas. É irmão gêmeo da sabedoria.

Nos pontos apresentados o equilíbrio deve sempre estar presente:

Na afetividade, norteando os envolvimentos de forma a não transformá-la em algemas, ou em dependência de qualquer natureza.

Na alteridade é fundamental para orientar nossas reflexões, debates ou discussões com serenidade, isenção de ânimo e maturidade, possibilitando gerar as mais acertadas conclusões.

Na humildade é o suporte necessário para não cairmos nos extremos, sempre prejudiciais.

No contentamento evita exageros e falsas exibições.

Em todos os atos e passos do nosso existir o equilíbrio é valor fundamental, por nos proporcionar um alicerce necessário ao correto entendimento de tudo. Representa a maturidade despontando em quem o possui.



Agora, companheiro de ideal, só está faltando você decidir-se a iniciar um programa evolutivo, dando-lhe total prioridade.

Verá, com os resultados obtidos, que realmente... VALE A PENA.

sábado, 2 de julho de 2011

A ORIGEM DO CULTO AOS ORIXÁS

Nos primórdios da civilização humana, que ocorreu na África, as famílias eram constituídas por clãs (grande número de membros descendentes de um mesmo antepassado). Os clãs ficavam geograficamente espalhados pelo território em sítios que possibilitavam a subsistência de seus integrantes.
O orixá nasceu dentro desta organização, e está intimamente ligado, portanto, à noção da família, vez que era um ancestral pertencente a este clã que, em vida, demonstrou, por suas ações, controlar certas forças da natureza humana, ou do ambiente, assegurando aos seus descendentes a possibilidade de exercer as atividades como a caça, trabalho com metais ou, ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades das plantas e sua forma de utilização em benefício dos homens.
A passagem da vida terrestre à condição de orixá, portanto, nasce em um momento de paixão, no qual o ser reúne todas as suas forças em direção a um objetivo. As lendas, nesse passo, teriam a função de conservar a lembrança de seus feitos e que são reunidas nos estudos da mitologia africana.
Cada clã possuía seus orixás e, portanto, havia muitos orixás na África. Estima-se que mais de 600 orixás eram cultuados naquela região. Com o tráfico negreiro, vieram cerca de 50 orixás que se reduziram a 16.

E o mundo celeste nunca esteve distante tampouco superior, e o crente sempre pôde conversar diretamente com as divindades e aproveitar da sua benevolência.

Durante as cerimônias de evocação, o orixá se apossa de um médium, dança com os seus descendentes e deles recebe seus cumprimentos, ouve as suas queixas, aconselha, concede graças, resolve as suas desavenças e dá remédios para as suas dores e consolo para os seus infortúnios, como se fora um embaixador de Olorúm (Deus). É preciso salientar, por derradeiro, que após o tráfico negreiro, uma vez que os clãs não conseguiam se reintegrar na América, a noção do orixá deixou de ser comunitária (um médium recebendo o ascendente orixá do clã) para se tornar individual (durante uma mesma cerimônia, vários “ iaôs” são possuídos pelo mesmo orixá, para satisfação individual e de todos aqueles que cultuam aquele orixá).
Cultuar o orixá é, portanto, ao entender suas origens, cultuar a noção da família universal.

Axé a todos!   Ramatís

sábado, 13 de junho de 2009

A REENCARNAÇÃO: EXISTE OU NÃO? É FUNDAMENTO DA UMBANDA? É O MESMO QUE RESSUREIÇÃO?


Nesta data, abordaremos assunto interessante e polêmico. Muitos que frequentam a Umbanda ainda não estudaram a fundo este tema, que constitui um dos fundamentos da Umbanda,a saber: a REENCARNAÇÃO.
Você ainda tem muitas dúvidas sobre reencarnação? Acha que não existe, mas que existe RESSUREIÇÃO? Ou será que são a mesma coisa? As novelas da Rede Globo, por sua vez, popularizaram o tema, muitas vezes, deixando mais confusão que esclarecimento; pois, é amigo, se você acredita que reencarnação é coisa de pequena parcela da população, você se engana redondamente: Dois terços da população mundial acredita na reencarnação, e a Igreja Católita também a aceitava em seus primórdios. Estamos trazendo a você, para estuar o tema com profundidades, um documentário em áudio sobre a REENCARNAÇÃO, baseado no Livro de José Rei Chaves – seminarista e autor de interessante livro.
Procure o último tema da página acima citada: A reencarnação segundo a Bíblia e a Ciência.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A COMUNICAÇÃO COM OS ESPIRITOS-Questões Práticas-(III)


A COMUNICAÇÃO COM OS ESPIRITOS-Questões Práticas-(III): Todo médium influencia na comunicação?E a influência moral do médium? A assistência, também, pode influenciar? O que vem a ser manifestação anímica e manifestação mistificada?
A) Todo médium influencia na comunicação?
Neste capítulo, abordando a intrigante capacidade dos vivos de se comunicar com pessoas residentes num mundo invisível, questionamos se o médium influencia positiva ou negativamente a comunicação espiritual que recebe.Esse é o grande dilema de muitos médiuns, em especial, dos novatos e daqueles que já abandonaram a educação mediúnica pelo medo.
E para responder a intrigante questão, nos debruçamos na obra do maior parapsicólogo de todos os tempos – Allan Kardec – que em seu trabalho também se preocupou com este assunto tanto que dedicou um capítulo do Livro dos Médiuns (Capítulo XIX).
Em verdade, ensinam os Espíritos a Kardec, o papel do médium é sempre ativo, quer seja médium consciente, semi-consciente, ou inconsciente. Ele atua de forma secundária na comunicação, mas a qualidade da mensagem depende dos conhecimentos por ele adquiridos no curso desta encarnação como médium. Por isso que tanto o codificador da Doutrina Espírita, como o fundador da Umbanda determinaram a seus discípulos que o ESTUDO É FUNDAMENTAL PARA A FORMAÇÃO DE UM MÉDIUM DE QUALIDADE.
Mas ainda dúvidas existem: como ele participa secundariamente com os seus conhecimentos se há médiuns que não tem consciência de toda a comunicação, atingidos que são pela aminésia lacunar?
Não há contradição, caro leitor.
O pensamento é algo rápido, talvez mais rápido que a luz, e durante o processo de incorporação, ou psicografia, ele passa por uma intensa desaceleração, a fim de ser vestido, encamisado, pelas palavras que integram o vocabulário do médium (que pode ser mais requintado ou mais simples, dependendo de sua instrução).
Seguindo a mesma linha de raciocínio, também assim deve acontecer com as expressões fisionômicas e outros maneirismos (expressões típicas do Espírito comunicante), que ele busca imprimir ao corpo do médium: faz uma busca nos arquivos mentais do médium e levanta aquilo que se aproxima do que ele quer, imprimindo ao médium como manifestação corporal (como um impulso). Os sotaques e a imitação do linguajar de certas culturas, por derradeiro, também se amolda a este mesmo raciocíncio.
O Espírito, portanto, se manifesta por meio dos elementos convencionados para traduzir suas idéias (seus pensamentos): a palavra, a escrita, os sinais de mímica, entre outros.
Se assim é, isso explica o motivo de um índio vir de um jeito em um médium e vir de outro jeito em outro médium. Ainda que não seja o mesmo Espírito, o universo de palavras e gestos que encontram no cérebro de cada médium, com certeza tem suas variantes e, por isso, imprime manifestações diferentes. Tal não se dá, por vezes, quando os médiuns são formados num mesmo círculo mediúnico porque aprendem as mesmas coisas.
Entenda: não se afirma aqui que o Espírito se serve das idéias do médium (idéias pré-concebidas do dia do trabalho, acerca da comunicação que dará, etc); ele utilizará os materiais existentes no cérebro do médium, para exprimir os seus próprios pensamentos que, aliás, podem ser até parecidos com os do médium.
Conclui-se que todo médium, ainda que afirme ser inconsciente (parcela restrita de 2 a 4% dos médiuns existentes no mundo), participa secundariamente do processo comunicativo. E, para emprestar riqueza a este intercâmbio, necessita fornecer ao cérebro informações constantes acerca de tudo aquilo que é utilizado no universo do Espírito comunicante.
Numa palavra, é preciso humildade do médium que se encontra na frente do trabalho, para reconhecer que o afinamento da freqüência entre ele e seus instrutores espirituais, proporcionando a riqueza comunicativa, depende exclusivamente do estudo do universo daqueles que se comunicam por intermédio dele.
B) E a influência moral do médium?
Ela, segundo o codificador da Doutrina Espírita, não influi no desenvolvimento da mediunidade, que é de natureza orgânica, mas influencia diretamente no seu uso para o bem ou para o mal. E mais, a afinidade fluídica determina quem são os Espíritos que se aproximam de você e que utilizarão as suas faculdades mediúnicas: Diga-me quem tu és, e te direi quem é que anda contigo.
E quando vemos um bom médium, com boa moralidade, sendo objeto de comunicações falsas? Porque isso acontece?
Talvez porque você ainda não conhecia a fundo a moralidade daquele companheiro. Todos nós podemos traçar caminhos não muito positivos e, portanto, atrair companheiros espirituais não muito honrados. Bem por isso é importante a constante atenção do médium ao que é produzido com a sua mediunidade, não com o objetivo de se vangloriar dos feitos, mesmo porque não é ele que os faz - mas os Espíritos – mas tal atenção se revela importante para que não se julgue infalível e, por conseqüência, orgulhoso.
Sua chave de proteção, segundo Kardec, é: desejar o bem e repelir as manifestações de egoísmo e orgulho.
C) E a assistência, pode influenciar nas comunicações?
Com certeza, influencia positiva ou negativamente. Quando a sessão de trabalho se inicia, o culto às conversações paralelas, não diretamente voltadas para o trabalho, e os pensamentos distantes, que também não se envolvem com o trabalho mediúnico INTERFEREM DIRETAMENTE NO MÉDIUM e causam uma espécie de ruído vibratório que prejudica a transmissão do pensamento do Espírito para o campo mental do médium. Daí a possibilidade de erros e o empobrecimento da comunicação.
QUEM CULTIVA A CONVERSA PARALELA, EMPOBRECE O INTERCÃMBIO MEDIÚNICO E PREJUDICA O ATENDIMENTO DO SEMELHANTE.
D) O que é manifestação anímica ou mistificada?
Na manifestação anímica não há presença da ligação fluídica entre corpo do médium e Espírito comunicante, mas o médium, embora sinta o transe (alteração da sua consciência), julga estar influenciado por um Espírito.
É muito comum nos médiuns novos, médiuns despreparados e com muitos conflitos psicológicos não trabalhados, ou muitos conflitos familiares em curso. Também o uso de atabaques acaba facilitando este transe anímico que pode se tornar prejudicial aos médiuns novos e pouco instruídos acerca da mediunidade.Por isso, ideal que o desenvolvimento mediúnico se processe sem uso de atabaques.
Ele é a pedra fundamental do mediunismo porque agora sabemos que sempre o médium atua, ainda que secundariamente, no processo de comunicação. Mas o sua forte emersão é que torna prejudicial o desenvolvimento mediúnico, embora ele seja feito de boa-fé. Todavia, nunca pode ser repreendido, a não ser em casos raros, mas sempre criativamente educado para o médium manter a paciência, vez que o tempo conduz o fortalecimento dos laços fluídos com os Espíritos de trabalho, afastando de vez o animismo.
Como dissemos, por vezes, ele é insistentemente presente nas pessoas com conflitos emocionais e psicológicos ainda não sanados, naqueles em que há desejos há muito reprimidos, crises e outros elementos do subconsciente. Ex: mulher que recebe uma pomba-gira e acaba excedendo nas manifestações sensuais e nas manifestações de destruir e acabar com casamentos e uniões. Isso se dá porque o subconsciente da médium está repleto de desejos inconscientes e de conflitos não resolvidos, além da imagem que ela faz das pomba-giras apenas como prostitutas falecidas (o que não é verdade – é uma imensa ignorância).
Já na mistificação, há intensa má-fé do médium porque ele usa do suposto transe para obter com a comunicação algum benefício para si ou para outrem. Também se torna mistificadora a manifestação na qual o médium, quando incorporado normalmente, INTERVÉM INTENCIONALMENTE NO TRANSE DO ESPÍRITO COMUNICANTE (e isso é possível ele fazer, desde que a ligação não seja semi-consciente ou inconsciente), desrespeitando a entidade que está em trabalho, por motivos egoístas, ora porque viu algo que o interessa no curso do trabalho (ou que até o preocupa, como por exemplo, um parente), ora porque ficou muito interessado no consulente que passa naquele momento por ele.Não é só dinheiro que torna o médium um mistificador. É o seu interesse egoísta em manipular a comunicação naquele momento.

quarta-feira, 6 de maio de 2009





















A INCORPORAÇÃO E A TRANSFUSÃO DE ENERGIAS RETRATADAS NAS FOTOS DE BIOELETROGRAFIA: VEJAM UMA COMPROVAÇÃO FÍSICA DO MÉDIUM INCORPORADO E DA EFICÁCIA DO PASSE.
Retirei do único site sério sobre bioeletrografia as fotografias ao lado e que retratam as alterações no campo elétrico do corpo físico durante a incorporação e transe de cura.



A propósito, bioeletrografia (foto kirlian) NÃO É FOTO DA AURA, mas foto de emanações gasosas do corpo físico que muito se alteram em condições específicas de humor e de desequilíbrio orgânico (doenças).

Aqui também vemos que se alteram quando ocorre o transe mediúnico:
Vejam a rápida e incrível alteração da estrutura energética do corpo do médium após o transe completo em cultos afro-brasileiros. Também podemos observar claramente a transfusão que se opera dos dedos do médium de cura e passista para o campo energético do paciente.
Os estudos conduzidos pelo Dr. Milhomens citam que nos fenômenos chamados de efeitos físicos (e também podemos neles incluir as reuniões de cura) nota-se sensível perda de água do organismo dos sensitivos, o que indica consumo energético ou alteração de metabolismo.
Ele relata que nos ambientes em que se produzem esses fenômenos paranormais, o ar fica excessivamente ionizado em razão da formação de campo eletromagnético (o que é facilmente constatado por um eletroscópio).
Mais informações sobre a bioeletrografia podem ser obtidas no site: http://www.bioeletrografia.com.br/

COMUNICAÇÃO COM OS ESPIRITOS(II): DESDE QUANDO ACONTECE E QUAL O MOTIVO DAS PROIBIÇÕES DE ALGUMAS RELIGIÕES?


COMUNICAÇÃO COM OS ESPIRITOS(II): DESDE QUANDO ACONTECE E QUAL O MOTIVO DAS PROIBIÇÕES DE ALGUMAS RELIGIÕES?
O espiritismo e a umbanda, bem outras correntes espiritualistas não criaram a mediunidade; com certeza, ela é uma faculdade própria do corpo físico que todos nós temos, em maior ou menor grau; vale dizer, uns têm reduzida percepção psíquica de uma quarta dimensão – a dimensão do mundo dos Espíritos – e outros já tem percepções muito fortes.
E isso já acontece há milhares de anos. No Egito antigo, por exemplo, os magos dos faraós já evocavam os mortos e muitos comercializavam os dons de comunicabilidade. Em outros povos antigos, também, as comunicações não tinham um código de ética que as norteasse, nem um código a nortear o sensitivo. E daí as comunicações se limitavam a assuntos mesquinhos e de origem exclusivamente material, sem um conteúdo evolutivo, educativo, e por isso, dominavam neste intercâmbio os Espíritos dominados pelos sentimentos de maldade.
Foi por isso que Moisés proibiu o intercâmbio mediúnico entre hebreus: "Que entre nós ninguém use de sortilégio e de encantamentos, nem interrogue os mortos para saber a verdade" (Deuterônimo).
Entretanto, há vários relatos no Velho Testamento a indicar que Moisés continuava a utilizar da mediunidade para receber as instruções espirituais. Assim, ele a aceitava mediante algumas condições, para que não houvesse achincalhamento do intercâmbio mediúnico. A prova cabal disso nós temos no Livro dos Números, Capítulo 11, versos 27 a 29: diante da admoestação do filho de Num, Josué, contra Eldade e Medade que, mesmo diante da proibição, se punham na prática mediúnica, sem que estivessem fazendo parte do grupo dos setenta anciãos, selecionados pelo Grande Líder. No auge do diálogo, retruca o "salvo das águas"(Moisés): "Quem dera se todo o povo de Israel pudesse profetizar e que o Espírito do Senhor o inspirasse..." .Analisados, sem cuidado, parecerão paradoxais os pronunciamentos feitos pelo mesmo homem. Num momento proíbe, noutro elogia seu uso.
É que ele queria mesmo que a mediunidade estivesse a serviço de nobres objetivos, pois não foi ele que mediante belo intercâmbio mediúnico recebeu os dez mandamentos?
Sua proibição tinha motivos nobre diante de um povo ainda animalizado, muito preso à matéria e aos problemas mesquinhos, tinha por objetivo preservar a mediunidade para que não fosse maculada pelo uso mesquinho e imediatista.
E não só na vida de Moisés vemos manifestações mediúnicas relatadas, também vemos em outros pontos da bíblia inúmeros relatos: um caso de incorporação aparece em Jeremias (39:15), quando diz: "O profeta da paz era médium de incorporação; quando o espírito o tomava, pregava contra a guerra aos exércitos de Nabucodonosor".
Já no Novo Testemento, não vemos uma linha dos apóstolos dizendo que o intercâmbio mediúnico era proibido por Jesus, aliás, a vida corpórea de Jesus foi recheada de fenômenos mediúnicos anímicos (produzidos pelo próprio espírito dele) e espirituais (de intercâmbio - comunicação com outros Espíritos).
Certamente, julgava Jesus que o povo já se encontrava mais disciplinado e preparado para a popularização do uso da faculdade mediúnica.
Ele mesmo, em suas palestras, exortava o uso da mediunidade: "Curai os doentes, ressuscitai os mortos (fazer que voltem, reapareçam, intermediando-os mediunicamente), purificai os leprosos, expulsai os demônios" (Mateus 10:8).E recomendando, outrossim, que o fizessem SEM INTERESSE EGOÍSTA OU MATERIAL: "De graça recebeste, de graça dai" (Mateus 10:8). Demais disso, o último ato do governador do planeta Terra, encarnado na figura por nós conhecida como Jesus, foi uma autência manifestação paranormal de materialização, vez que se fez visível a algumas pessoas e estes o julgaram ressuscitado (fato este - a ressuscitação - que contraria as leis mais ordinárias da Ciência da Natureza).
Recentemente, aliás, a própria Igreja Católica, que ferrenhamente dizia ser toda manifestação mediúnica fora de campo santo, isto é, fora da Igreja, obra de mistificação do Diabo, que se faria passar pela pessoa evocada, acabou por admitir que ela pode sim ocorrer de forma autêntica.
O frade franciscano Gino Concetti, que é teólogo e editorialista do Osservatore Romano, órgão oficial do Vaticano, em entrevista dirigida pela jornalista Ilse Scamparini, concedida ao Programa Fantástico, da Globo, afirma que a evocação dos mortos não deve ser promovida por razões banais. O diálogo deve ficar restrito aos casos de necessidade, por exemplo, alguém que perdeu seu filho e não se conforma. Essa comunicação se dá por sinais diferentes. A Igreja admite essa aproximação, mas com grande prudência e em certas condições. Os que captam mais freqüentemente esses sinais são os indivíduos sensitivos. E mais, acrescentou o teólogo, minha convicção se baseia em fundamento teológico, pois somos todos um corpo místico em Cristo; e se estamos unidos, formamos uma comunhão. E onde há comunhão há evidentemente comunicação.Existe prova dessa comunicação no Antigo Testamento, nas Sagradas Escrituras e na Bíblia. Por isso não se pode negar essa comunicação. O espiritismo existe, mas não do modo fácil como as pessoas acreditam.”
E pensam que ele é voz no deserto? Inúmeros outros sacerdotes católicos e pesquisadores, como é o caso do padre suíço Léo Schimid, autor do livro “quando os mortos falam”, que reúne mais de 10.000 comunicações de espíritos por vozes paranormais, gravadas em fitas (é a chamada Transcomunicação Instrumental). Também é o caso do padre Karl Pfleger, e o padre François Brune, que escreveu outra obra intitulada “Os mortos nos falam”, traduzida para onde idiomas, encontrando-se à disposição do povo em livrarias católicas. Ele também escreveu com um pesquisador da Universidade de Sourbone o livro “Linha direta com o além”.
(Este texto foi elaborado mediante consulta na Revista Espírita Além da Vida, edição 31,fls. 25/28 e pesquisa direta no velho e novo testamento e outros livros sagrados indicados no corpo do texto)